Defesa pedirá análise mental de acusado de duplo homicídio em Paracuru

Marcelo Barbarena participou da primeira reconstituição do duplo homicídio da esposa e da filha

     A defesa de Marcelo Barbarena Moraes, 39, vai requerer um exame de sanidade mental do gerente de loja. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pelo duplo homicídio triplamente qualificado da esposa, Adriana Moura de Pessoa Carvalho Moraes, 38, e da filha do casal, Jade Pessoa de Carvalho Moraes, de oito meses, que aconteceu no mês passado.

     Marcelo participou, entre a noite de sábado, 12, e a madrugada de ontem, de uma segunda reconstituição do crime, que aconteceu no dia 23 de agosto em Paracuru, no Litoral Oeste. O irmão dele, Rafael Moraes, que é médico em Porto Alegre e estava na casa de veraneio no dia do crime, e a esposa de Rafael, Ana Carolina Vilas Boas, também participaram da reconstituição.

     Conforme o advogado de defesa, Flávio Jacinto, o laudo a partir dos exames de saúde deve ser uma nova prova técnica. “Em uma tragédia como essa não se pode acreditar que a pessoa esteja no domínio das suas faculdades mentais”, afirmou.

Reconstituição
A simulação durou cerca de quatro horas e pelo menos seis disparos foram efetuados dentro da residência pela perícia. Enquanto isso, o Comando Tático Motorizado (Cotar) realizava o isolamento da casa e afastava os curiosos, que gritavam “assassino”.
     Quem passava no primeiro portão da casa se deparava com uma faixa com a frase “Teu crime foi um massacre de famílias”. O POVO acompanhou alguns momentos da ação, inclusive a representação da hora em que Marcelo chamou o irmão e a cunhada para avisar o que tinha acontecido naquela noite. Após o crime, ele teria adormecido e, ao acordar, ido ao quarto da esposa e a acariciado. “Hoje ele lembrou de alguns momentos que até agora não tinha revelado”, disse Jacinto.

     O advogado da família das vítimas, Leandro Vasques, afirmou que Marcelo tentou subestimar que houve uma invasão na residência. “Ele se viu forçado a confessar o crime”, afirmou.

     A diretora da DHPP, Socorro Portela, declarou que foi uma investigação complexa, mas que ficou claro que Adriana estava dormindo quando foram efetuados os disparos e que Ana Carolina ouviu os dois tiros, chegando a descer as escadas e encontrado Marcelo na sala. Em 30 dias, laudo da reconstituição deve ser encaminhado ao poder judiciário para ser anexado aos autos.