Facção criminosa atua no Ceará a pelo menos 15 anos!


O Primeiro Comando da Capital (CPP) é uma das facções criminosas mais organizadas e com maior capilaridade no Brasil. Embora sediado em São Paulo, o PCC atua em quase todos os Estados e até em Países vizinhos, como a Bolívia e o Paraguai. A organização completou 22 anos em 31 de agosto 2015, sob o comando do traficante de drogas e assaltante de bancos Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola'. > Ameaça de guerra do PCC nos presídios do Ceará é investigada De acordo com informações do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIP), o PCC atua no Ceará há muitos anos, mas foi realmente implantado nas prisões do Estado no ano 2000, quando uma das principais lideranças da facção foi presa aqui, depois de assaltar uma empresa de segurança e subtrair R$ 6,9 milhões, em 1999. Maurício Alves Ribeiro foi preso em Porto Alegre, algum tempo depois do assalto e trazido de volta para o Ceará. Segundo o delegado Francisco Carlos Araújo Crisóstomo, diretor do DIP, ele foi encaminhado ao Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), onde introduziu o PCC. "Na época, Maurício era o segundo homem mais poderoso do PCC. Em 1999, R$ 6,9 milhões era muito dinheiro, por isto ele veio pessoalmente cometer o roubo. Quando foi preso 'batizou' diversos criminosos cearenses muito perigosos que estavam no IPPS. Foi nefasto para o Ceará, tanto preso quanto solto", afirmou o delegado. O 'batismo' a que o investigador se refere é uma cerimônia de iniciação, da qual os bandido participam para serem parte da facção. O evento tem detalhes secretos, mas é público que o pretenso integrante precisa ter um padrinho, que se responsabilize pelas ações dele na organização durante muito tempo. O PCC possui um estatuto, que prevê a conduta que todo integrante deve ter. Em contraponto aos deveres, a facção garante como direito a segurança e sustento das famílias dos filiados presos; banca os estudos dos filhos dos detentos que estão na universidade até que se formem; contrata advogados para filiados; ajuda integrantes que estiverem em dificuldade. Para que a receita seja suficiente para manter os compromissos do PCC, todos os associados precisam dar 20% do dinheiro que conseguirem com crimes. Integrantes Segundo Francisco Crisóstomo, diversos criminosos cearenses são integrantes da facção. Conforme o diretor do DIP, os principais vinculados daqui são Antônio Jussivan Alves dos Santos, o 'Alemão'; Francisco Fabiano da Silva Aquino, o 'Fabinho da Pavuna'; Alexandre de Sousa Ribeiro, o 'Alex Gardenal'; Marcos Rogério Machado Moraes, o 'Rogério Bocão'; os 'Irmãos Pipoca'; Francisco Gilson Lopes Justino, o 'Gilson Meia-Luz'; José Fabiano Nunes de Almeida; Francisco de Assis Fernandes da Silva; César Almeida de Andrade, o 'César Alemão'; e Francisco Ediverton Amaro Honório, o 'Aleijado'. "Alguns deles participaram do furto ao Banco Central. Foi o PCC que forneceu dinheiro e a estrutura necessária para que o furto acontecesse. O PCC foi o responsável pelo maior crime do Ceará. Não há como negar que eles estão aqui, representados por homens muito perigosos".

Matéria Diário do Nordeste